Tudo começou em um bar chamado Ma Che Bello, na Mooca, onde nossos amigos costumavam se reunir nos finais de semana para assistir aos jogos e tomar uma cervejinha. Era final de maio de 2022, e o destino resolveu nos apresentar num clássico: Palmeiras x Santos. Ele palmeirense, eu santista — e claro, ele não perdeu a chance de me zoar porque o Santos estava perdendo. Eu, revoltada com o jogo, nem dei muita bola (ou pelo menos tentei).
Alguns encontros depois no mesmo bar, a turma resolveu estender a noite: passamos pelo Seu Justino, depois um posto (como bons paulistanos raiz), até terminarmos na casa de uma colega. Foi ali, em meio a conversas e risadas, que começamos a nos aproximar de verdade. No dia seguinte, combinamos de ir ao Encontrinho, uma festa de pagode (que amávamos!), e foi durante aquele dia especial que ele me chamou para o show do Belo. Mal sabíamos que seria uma noite inesquecível. Conversamos o show inteiro sobre nossas vidas, famílias, e descobrimos muitas semelhanças, até mesmo na igreja onde congregamos quando crianças. Foi fascinante. E o primeiro beijo? Nada mais romântico que na fila do drive-thru do McDonald’s, com uma batata frita quentinha dividindo espaço com as borboletas no estômago (que eu mal sabia que já estava lá).
Desde então, não nos desgrudamos mais. Três meses depois, já estávamos morando juntos. E quando completávamos quase dois anos, veio o pedido: em São Miguel dos Milagres, no dia 12/06/2024. Ele estava visivelmente nervoso (mal conseguia disfarçar). No nosso chalé, em meio à natureza, abri a porta e me deparei com flores, fotos nossas e um cenário de tirar o fôlego. Quando virei para trás, lá estava ele, ajoelhado, com a voz trêmula e os olhos brilhando, me pedindo em casamento. Só conseguia rir — de alegria, de emoção, de amor. Dizer "sim" nunca pareceu tão natural.
Mas o que verdadeiramente nos uniu foi Jesus. Foi com Ele que reconstruímos nossas vidas, nossas raízes, nossa fé. Em março de 2024, nos batizamos juntos, e desde então não conseguimos imaginar um só dia sem a presença dEle no centro da nossa história. Estamos sendo moldados — como barro nas mãos do Oleiro — e cada passo tem sido um presente.
Hoje, seguimos contando os dias para o nosso casamento. Para celebrar não apenas uma história de amor, mas o milagre de dois corações que se encontraram no tempo certo, do jeito mais bonito que Deus poderia escrever.